February 06, 2008


juntando os pedaços,
no caminho pelo qual você passou.
tentando lidar com dilemas
da minha vida 'não-tão-estressante'.
estou usando outras pessoas,
estou perdendo todas as minhas vontades,
estou me tornando um fantasma.
sem conseguir dormir à noite,
acabo passando de bar em bar.
por que a gente não pode voltar no tempo?
por que a gente não pode voltar no tempo?
por que a gente não pode voltar no tempo?
lembra de quando a gente tinha 16 anos,
daqueles porres que a gente costumava tomar?
eu te beijava no corredor e te fazia dormir.
bem, dois anos se passaram
e eu ainda sou a mesma pessoa que eu era.
você pode até me culpar,
mas foi você que disse que não dava mais certo,
largou minhas mãos e disse que precisava de muito mais.
sem conseguir dormir à noite,
acabo passando de bar em bar.
por que a gente não pode voltar no tempo?
por que a gente não pode voltar no tempo?
por que a gente não pode voltar no tempo?




February 05, 2008


lembranças eram ótimas, mas era impossível tocá-las, cheirá-las ou segurá-las. elas nunca eram exatamente como o momento havia sido e, com o tempo, se apagavam.

February 04, 2008



as pupilas se dilatam,
as artérias se comprimem,
o coração acelera,
a pressão sangüínea sobe,
a temperatura corporal aumenta,
a respiração torna-se mais
difícil e rápida,
o cérebro frita mandando
impulsos elétricos para lugar nenhum.
é violento,
é feio e é esquisito.
e se deus não tivesse feito
com que fosse incrivelmente divertido,
a raça humana estaria extinta
há muito tempo.

you fall in love, zing booom.


não consigo lembrar de uma época em que eu não estive 'de quatro' por alguém; minha primeira paixão, aos 5 anos, foi por um menino que estudava comigo na alfabetização e, ainda tão pequena, eu já era levada a atos desaconselháveis em nome do amor (como pintar com giz vermelho o nome dele no meu quarto!); depois, eu já me apaixonei tantas vezes que fica difícil de lembrar de todas: de jogadores de futebol das categorias de base de times da terceira divisão até professores, passando por todos os integrantes do nsync (ao mesmo tempo); não importa quem fosse, eu desejava com toda a intensidade!
minhas paixonites foram de apenas um vago interesse à completa insensatez. por causa delas aprendi a falar inglês, comecei a escutar reggae, mudei o jeito de me vestir e assisti a filmes pelos quais eu nunca me interessei de verdade. paixões podem mudar sua vida, são uma espécie de peste emocional: há a fase de contato inicial com o agente infeccioso, um período de incubação, a fase do delírio febril, seguida por um longo período de recuperação. nós, humanos, somos biologicamente estruturados para amar. a paixão não passa de um coquetel de hormônios liberados por algo tão simples quanto um olhar. e isso, simplesmente, não é uma escolha sua. acontece aleatoriamente, sem a sua interferência, opinião ou ajuda.

em perfeita proporção inversa, quanto mais idiota você estiver, mais perfeito o candidato em questão vai parecer. e eis o problema final: quando você pensa que entendeu as forças atuantes, alguma coisa acontece para acabar com todas as suas teorias. a única coisa que eu queria (bem como, creio eu, o resto da humanidade) saber é o que diabos me leva a sentir todo aquele alvoroço de sentimentos por um certo rapaz que, depois de certo tempo, eu vou perceber que nem era tudo aquilo lá que eu sonhava (e aí entra a questão de asteriscos nas pessoas, mas isso é assunto pra outra conversa). o que me faz dar cerca de 440 passos além do meu caminho comum, com o coração batendo forte, a respiração acelerada, as mãos tremendo, só de pensar na possibilidade de ver o
pretendente?
ficar boba, louca, fora de si ou levemente afetada, enlouquecer os amigos com as citações: 'eu o amo, dessa vez é sério, sem ele eu morro', 'ele gosta de mim!', 'ele não gosta de mim!', 'será que e
le gosta de mim?' você pode até estar pensando em o quão idiota eu sou, mas é essa a função principal de se apaixonar: tornar o indivíduo patético!

February 03, 2008


bem, nós poderíamos nos encontrar como acontece nos filmes, certo? eu passaria, apressada, segurando uma pilha de livros, depois de ter tido um dos piores dias da minha vida (talvez se eu chorasse... com uma música bem triste ao fundo, sabe aquela 'all by myself. don't wanna be all by myself, anymore'? céu meio nublado e... não, melhor, uma chuva torrencial! minhas roupas molhadas dariam, certamente, um ar dramático à cena) e você apareceria, do nada, completamente distraido, e esbarraria em mim, fazendo com que eu derrubasse tudo. você, desajeitadamente, pediria desculpas, me ajudaria com as coisas e se ofereceria para carregar tudo até o carro. soltaria um 'a gente se vê por aí', com ar sonhador e a gente acabaria se encontrando mesmo, cada vez com mais freqüência...
ou você poderia ter cadastro na mesma locadora que eu e, no mesmo dia que eu, ter a brilhante idéia de locar o mesmo filme que eu. nós já teríamos trocado alguns olhares interessasdos, mas, quando chegássemos à prateleira, brigaríamos pelo único exemplar do filme escolhido. eu argumentaria que a minha semana não havia sido das melhores e que precisava do fime para me distrair; você diria que tudo o que eu precisava era de um pote de sorvete, um telefone de celular e uma amiga desocupada e, por fim, nós decidiríamos que o mais justo era irmos ao cinema da esquina ver um similar juntos...
você poderia sentar-se ao meu lado na saída de emergência de algum show e contaria, completamente bêbado, sobre como foi tão terrível quando sua ex te deixou. eu te escutaria, provavelmente bêbada também, e te daria alguns conselhos clichês. você seguraria o meu cabelo para que eu pudesse vomitar em paz e eu choraria no seu ombro dizendo que aquilo era ridículo e que a minha mãe se envergonharia de mim se me visse naquele estado. a partir desse dia, ficaríamos próximos e, depois de um certo tempo, perceberíamos que o dia do pilequinho havia sido obra do destino...
você poderia aparecer ao lado do meu melhor amigo segurando um taco de bilhar e eu não prestaria atenção alguma em você. você poderia perguntar meu nome, as horas, pedir meu lápis de olho emprestado para marcar os pontos na mesa e eu responderia a cada uma dessas questões apática e sem paciência. você poderia continuar aparecendo, cada vez mais bonito, e eu começaria a reparar em você. alguns meses depois, eu poderia perceber o quão lindo você era. começaríamos a conversar e eu veria que nós tínhamos muito em comum. nos tornaríamos grandes amigos, confidentes, sempre sairiamos juntos. num belo dia, estaríamos sentados na beira da praia e você roubaria um beijo meu...
outro jeito legal, seria se você aparecesse enquanto eu estivesse conversando com as minhas amigas, bem distraída... você poderia chegar com um sorriso enorme, entregando algum panfleto ou algo parecido. eu tocaria de leve na sua mão e, mecanicamente, receberia o papel. balbuciaria algo parecido com um 'obrigada' e continuaria a conversar sem, ao menos, me dar ao trabalho de olhar para você. ao ver você se afastar, eu notaria que rapaz charmoso você era. você começaria a aparecer em todos os lugares e a gente poderia começar a conversar...
mas você também poderia aparecer num ponto de ônibus, na padaria, numa tarde chuvosa, numa sala de cinema, numa viagem de estudos, num jogo de basquete, numa ilha deserta, vendendo picolé, comendo uma maçã, assistindo tv, fumando um cigarro, comprando chocolates. você poderia me atropelar, me perguntar qual andar, sobre o tempo, em que rua entrar, se eu poderia emprestar uma caneta...
acho que já deu pra entender que tudo o que eu queria era que você, não importa quem você seja, aparecesse e, mais ainda, que, depois de aparecer, ficasse por um tempo...


leoa gorda e faminta? avião caído numa ilha deserta (acre)? sacrifício humano? falta de energia? zebra furiosa? casamento arranjado? retiro espiritual? preguiça? febre amarela? explosão atômica? tsunami? tendinite? lan house falida? cruzeiro das loucas? viadagem? buraco negro? kibutz? catalepsia? naufrágio? agrafia afásica? perda de senha? seqüestro relâmpago? amnésia?

dane-se, eu nem quero saber...