January 31, 2008


meu deus! eu detestava aquela história de ser adulta, detestava tomar decisões quando não sabia o que haveria escondido por trás da situação. desejava um mundo onde as coisas boas e más tivessem rótulos claros, onde música sinistra começasse a tocar no instante em que o vilão aparece na tela, de modo a não se poder confundi-lo com o mocinho. nada que force a pessoa a se angustiar a respeito nem que lhe tire o sono a noite inteira.

January 30, 2008


contiuava estática, deitada na cama, desistira de olhar o relógio já fazia um bom tempo. na verdade, o que ela considerava um bom tempo, não passava de quatro minutos. gostaria de encontrar qualquer elemento que a carregasse de volta para um conto de fadas: um espelho mágico, que ocultasse cada um dos seus defeitos; um feitiço que fosse capaz de lhe fazer dormir mesmo depois que todos os ansiolíticos tivessem falhado; uma casa feita de doces para devorar cada vez que se sentisse solitária ou um tapete voador que a transportasse pra um banco de areia no meio do atlântico.
mas o tic-tac do relógio, cada vez mais alto (e mais lento), a arrancava até da esperança vã de ver as coisas se tornando mais fáceis num passe de mágicas. o máximo de conto de fadas que ela conseguia, era o sapato que não encaixava.


como alguém que sempre pareceu tão inofensivo poderia proferir palavras tão duras? - ela pensou. recebeu aquelas pequeninas letras que se juntavam tão rispidamente como um soco, fora nocauteada e naquele momento sentia como se não tivesse ar algum em seus pulmões. depois de um certo tempo, voltou à si, formulou alguma frase idiota, fingiu que não havia se importado, deu as costas e continuou. sempre continuava, mas, de certo modo, sempre ficava ali. por dias, meses, anos, por uma vida inteira...

January 28, 2008

míseros cinco centavos

pois é, meus caros (aliás, minha cara porque eu sei muito bem por quem é composta a audiência desse decadente pedaço de papel internético) eu voltei aqui só pra expressar minha indiginação.
sabe, quando eu vi uma velha-louca, em algum programa que tem como público-alvo outras velhas-loucas, que dizia 'cinco centavo (sic) pra mim vale muito, sabe? porque com cinco centavo (sic, o retorno) eu comprei minha casa', eu realmente tive vontade de dar um grande soco na cara dela. pra que peste servem cinco centavos? bem, hoje, eu passei maus-bocados procurando a tal quantia e entendi, finalmente, sobre o que diabos aquela velha-talvez-não-tão-louca-assim estava falando.
só depois que você precisa muito de algo que sempre esteve ali e ele não se faz presente, você entende que, por um segundo que seja, o pouco pode acabar valendo muito e fazendo uma diferença incrível na sua vida. eu não estou falando só de cinco centavos... também de dez, vinte e cinco, uma pessoa, um bom momento ou qualquer outra coisa que seja...